terça-feira, 16 de junho de 2009

ATIVIDADES APLICADAS PELA PROFESSORA CURSISTA LÚCIA MARIA NO 8º ANO DA ESCOLA MUNICIPAL D.JOÃO VI

A cigarra e a formiga boa
Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas. Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos, arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas. A pobre cigarra, sem abrigo em seu galhinho seco e metida em grandes apuros, deliberou socorrer-se de alguém. Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro. Bateu - tique, tique, tique... Aparece uma formiga, friorenta, embrulhada num xalinho de paina.
- Que quer? - perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama e a tossir.
- Venho em busca de um agasalho. O mau tempo não cessa e eu...
A formiga olhou-a de alto a baixo.
- E o que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?
A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois de um acesso de tosse:
- Eu cantava, bem sabe...
- Ah! ... exclamou a formiga recordando-se. - Era você então quem cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?
- Isso mesmo, era eu...
- Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.
(Monteiro Lobato)
Aplicação da leitura: escrever um texto em prosa no qual se narre “um dia de formiga”.


A cigarra e a formiga má
Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a cigarra e com dureza a repeliu de sua porta. Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com o seu cruel manto de gelo. A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro, e o inverno veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se, nem folhinhas que comesse. Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou - emprestado, notem! - uns miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida de empréstimo, logo que o tempo o permitisse. Mas a formiga era uma usuária sem entranhas. Além disso, invejosa. Como não soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-la querida de todos os seres.
- Que fazia você durante o bom tempo?
- Eu... eu cantava!...
- Cantava? Pois dance agora... - e fechou-lhe a porta no nariz.
Resultado: a cigarra ali morreu estanguidinha; e quando voltou a primavera o mundo apresentava um aspecto mais triste. Ë que faltava na música do mundo o som estridente daquela cigarra morta por causa da avareza da formiga.
Mas se a usuária morresse quem daria pela falta dela?

Os artistas - poetas, pintores e músicos - são as cigarras da humanidade.
(Monteiro Lobato)

Aplicação da leitura:
Escrever uma carta recomendando a leitura dessa fábula a alguém que você considere que terá algum ensinamento com a leitura dela.
OBS: atente para a estrutura desse gênero textual.

A Cigarra e a Formiga
Tendo a cigarra, em cantigas,
Folgado todo o verão,
Achou-se em penúria extrema,
Na tormentosa estação.
Não lhe restando migalha
Que trincasse, a tagarela
Foi valer-se da formiga,
Que morava perto dela.
– Amiga – diz a cigarra
–Prometo, à fé de animal,
Pagar-vos, antes de Agosto,
Os juros e o principal.
A formiga nunca empresta,
Nunca dá; por isso, junta.
– No verão, em que lidavas?
– À pedinte, ela pergunta.
Responde a outra:
– Eu cantavaNoite e dia, a toda a hora.
– Oh! Bravo! – torna a formiga
– Cantavas? Pois dança agora!
Do livro Fábulas de La Fontaine, 1992
Moral: Os que não pensam no dia de amanhã, pagam sempre um alto preço por sua imprevidência.

SEM BARRA (José Paulo Paes)
Enquanto a formiga
Carrega comida
Para o formigueiro,
A cigarra canta,
Canta o dia inteiro.
A formiga é só trabalho.
A cigarra é só cantiga.
Mas sem a cantiga
da cigarra que distrai da fadiga,
seria uma barra
o trabalho da formiga.

Aplicação da leitura:
Escrever um texto em verso usando a criatividade e inventividade.
Crie um Acróstico com o titulo da Fábula ou com o titulo “Um dia de Cigarra”

U
M

D
I
A


D
E

C
I
G
A
R
R
A

"No decurso da aula percebi o quanto o trabalho com o gênero fábulas possibilita a expressividade de sentimentos, valores pelos alunos e favorece a discussão em torno de temáticas importantes presentes no cotidiano deles como foi o tema "trabalho".

Apesar da timidez, os alunos demonstraram em que bases estão firmados os conceitos que têm de trabalho, de coletividade, de solidariedade, como e por que fazem juíuzos de valor, além de questões relacionadas a atitudes.

O gênero fábulas é, seguramente um dos melhores gêneros textuais para o trabalho docente que pretenda ser significativo, diferente e eficaz na formação do leitor." (Lúcia Maria)

Nenhum comentário:

Postar um comentário